O enfrentamento da doença é tão torturante que a vitória acaba ganhando a maior parte da atenção. Mas, mesmo depois de vencer o câncer, a gente continua precisando de cuidados especiais, física e emocionalmente.
Vencer a doença e voltar imediatamente à ativa, no entanto, está longe de ser real. Isso acontece aos poucos , isso porque o sofrimento não vem apenas da doença em si, mas dos próprios tratamentos, normalmente marcados pelos efeitos colaterais. É visivel as sequelas emocionais e mudanças no estilo de viver da gente e da família.
A recuperação total dos efeitos da quimioterapia e radioterapia, por exemplo, leva de três a seis meses, segundo oncologistas. Já a imunidade é normalizada após cerca de um mês livre de quimioterapia ou radioterapia (desde que não haja complicações, como a neutropenia ou queda dos glóbulos brancos. Os exercícios físicos são de grande ajuda nesta fase, porque garantem disposição extra. Só precisam ser leves e feitos sob supervisão.
A ajuda psicológica também é útil no tratamento, no diagnóstico e no fim, reduzindo a depressão, a ansiedade e o que chama de transtorno de ajustamento (quando uma mudança muito violenta dificulta a interação social) .
Esse acompanhamento também dá força aos pacientes que temem, a qualquer momento, a volta da doença.
As visitas ao médicos acontecem a cada três meses no primeiro ano após o fim da doença, diminuindo para intervalos semestrais do segundo ao quinto ano. E, se estiver tudo bem, basta uma consulta anual daí em diante, segundo meu oncologista.
Tudo isso, entretanto, nem sempre basta para afastar o pânico em algumas pessoas como eu. Trata-se de um medo muito comum, que atrapalha a retomada das atividades e causa sofrimento mesmo quando já houve alta. Em geral, a gente fica muito abalado pelas perdas vividas (sociais e até no próprio corpo) e, caso tenha o emocional bem trabalhado, retorna melhor ao dia-a-dia e percebe que sempre há chance de fazer novas escolhas e recomeçar .
O segredo para ter sucesso na retomada é cultivar a paciência. A gente passa a se cuidar mais e a levar uma vida mais saudável. Muitos pacientes admitem que o câncer serviu como um marco, provocando uma reavaliação dos hábitos e dando o pontapé necessário para uma rotina física e psicológica mais equilibrada e eu concordo.
Estou vivendo esse ajustamento, não está sendo fácil. O bom é que meu apetite melhorou, aproveito e para começar academia com a ajuda de uma nutricionista para ganhar peso. Perdi 14 kgs com o tratamento. Hoje peso 40,2 kgs. Legal também é olhar no espelho e ver que meus cabelos não me abandonaram.
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”
A expressão "força na peruca" ganhou popularidade no universo gay e significa "não se abale". Para mim, a frase teve esse sentido e outro mais literal, já que o acessório faz parte de minha vida por cerca de seis meses durante o tratamento para cura de câncer de mama!!. Agora to superando o câncer c quimio, humor e otimismo!!
ResponderExcluirO seu exemplo de vida é algo fora do comum. Como a minha amiga Sandra diz, você está sempre sorrindo, difícil vê-la sem um sorriso no rosto. Somente pessoas especiais passam por determinadas provações. Parabéns pelo exemplo que está dando a nós todos. Você é uma pessoa iluminada por Deus!!
ResponderExcluirJorge e Luzia